terça-feira, 29 de junho de 2010

Noite.

Estava começando a sonhar enquanto voce entoava aquela velha cançao de ninar.
Os meus olhos relutavam, fechando e abrindo resistindo como um pequeno barco em plena tempestade em alto mar.

Os meus ouvidos se alargavam procurando a doce melodia das tuas palavras, que pareciam bolhas de sabao flutuando pelo quarto.

Estava sonhando com um campo verde cheio de flores, todas emanavam o teu cheiro, corria em meio a elas e no seu com o azul das nuvens eu via formas de animais, de doces sorvetes gigantes, brinquedos de todas as cores.

Em meio a alegria eu senti a dor, sua voz ja tinha ido, eu agora estava adormecida,na paz do sono no repouso da alma, ainda tinha as flores ainda exalava o teu perfume por todo o campo,no meu mais profundo silencio procurei reproduzir a ultima estrofe daquela velha nina nana que eu nunca gostei.

Nem a voz nem a nina nana, nada voltaram, o paraiso permaneceu mudo com suas flores cores formas e perfumes, em um silencio preto diante de toda claridade.

Cansei de tentar fechar os olhos, os mesmos que a pouco relutavam para nao se fecharem, agora nao queriam repousar, nao me obedeciam quando eu os fechava e dizia; por favor por favor fiquem quietinhos, fechados, colados.

Todo esforço era inutil, eu tive que dormir e agora nao quero mais acordar, o silencio pode sempre existir mas seu perfume sempre estara aqui em meio as flores e formas.